O atleta Bruno Paixão vive em Fortios, no distrito de Portalegre, onde nasceu, em 30 de agosto de 1984. Corre desde os 13 anos, e corre que se farta, aliás, é uma paixão vê--lo correr assim. Olhos na meta e no triunfo.
Texto e foto Firmino Paixão
“Corro para vencer e para bater as minhas próprias marcas, por isso gosto de me distanciar logo no início das provas”, confessou o atleta que representa as cores do Beja Atlético Clube. Não costuma gerir andamentos para testar ou surpreender adversários, ou seja, logo que soa o tiro de partida corre veloz para a meta. “É uma realidade”, confirmou, “mas é preciso termos algum cuidado, porque não é só correr, a gente tem que encontrar um ritmo que seja capaz de manter durante a corrida. Conforme a estrutura da prova assim se define a estratégia, e realmente eu tento fazer isso sempre que posso”.
Vimo-lo correr pela primeira vez num campeonato do Alentejo de corta-mato, em Alvito, e ainda júnior. Perto de nós, António Casaca, à época diretor técnico da Associação de Atletismo de Beja, comentou: “Ali está uma grande promessa do atletismo alentejano”. Hoje, com 32 anos e muitos títulos no seu palmarés, o portalegrense Bruno Paixão é a afirmação viva do premonitório comentário daquele ex-dirigente. Iniciou a sua formação no Atletismo Clube de Portalegre, já representou o Benaventense e hoje é atleta, o mais credenciado atleta, do Beja Atlético Clube. Da prova de Alvito, diz Bruno, “não estou recordado, têm sido tantas as competições que nem todas me vêm já à memória, além do Alentejo e de outras provas nacionais também corro na extremadura espanhola. É sempre difícil memorizar as provas, a não ser que seja uma conquista, algo especial. Mas recordo-me dos meus tempos nos escalões de formação e do trabalho muito intenso que fazia já nessa altura, para ganhar confiança e não me inferiorizar perante os outros atletas ou por aquilo que eles pudessem representar. Temos que acreditar em nós próprios e só assim conseguimos chegar mais longe”. Foi com esse espírito que vestiu a camisola do emblema bejense e é com essa determinação que tem notabilizado as cores da cidade que o acolheu.
“O Beja Atlético Clube tem-me ajudado bastante, tenho um enorme orgulho na direção e em todos os atletas do clube, tenho adorado conviver com eles e participar em todas as provas”, referiu o atleta que profissionalmente é técnico de geriatria numa instituição portalegrense. E insistiu: “Trabalhamos todos os dias para que o clube alcance bons resultados e com esta atitude eu próprio tenho alcançado resultados muito bons ao longo da temporada, em campeonatos regionais e nacionais, foi uma época excelente”. E destacou: “Nesta época também ganhei na 25.ª Maratona de Badajoz, bati o recorde pessoal, o que foi muito gratificante para mim”.
“Trabalho arduamente, de manhã à noite, na minha profissão, faço noites e, de vez em quando, venho para as provas sem dormir, mas tudo isso me dá força para trabalhar cada vez mais”, diz.
As suas vitórias e o exemplo que dá aos restantes atletas da equipa têm valido muitos triunfos coletivos e isso Bruno não ignora.“Obviamente, felicito os meus colegas de equipa pelos resultados que têm conseguido e que nos têm ajudado a conquistar muitas vitórias por equipas, eles treinam também todos os dias intensamente, nós não fazemos disto profissão, é muito difícil chegarmos ao topo, mas podemos mostrar que no Alentejo também existem bons atletas e bons clubes que podem lutar de igual para igual com as estrelas que possuem outras ferramentas diferentes das nossas”.
E a ligação ao BAC estará para durar? Ou o Bruno quererá dar um passo mais largo? Benfica, Sporting? “Estou dedicado ao BAC e, por outro lado, conheço a história de alguns atletas que representam esses clubes, sei que não é por representarmos um clube com maior mediatização que nos fará trabalhar de forma diferente. Ir para um Benfica ou Sporting leva-me a pensar se seria feliz ou não, se os resultados seriam melhores ou piores, nunca saberia. Isso passará sempre por uma decisão minha, mas eu estou muito bem no BAC”.
Bruno Paixão confessa que ainda lhe faltam ganhar algumas provas que sejam importantes para que consiga projetar-se mais como atleta nacional, por exemplo, “os 10 000 metros num Campeonato de Portugal”. Outro sonho será “correr uma maratona a nível europeu”. “Vamos ver se conseguirei fazer os mínimos para o Europeu de Maratonas, veremos se será possível, porque as ajudas são poucas e às vezes fecham-nos certas portas. Mas até que isso aconteça vou trabalhando todos os dias para ser melhor e alcançar mais do que já consegui”, concluiu.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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