O sol já se deitava sobre a linha do horizonte, quando cerca de uma centena de ciclistas deram a primeira pedalada para a segunda edição da Maratona Noturna de BTT da Geração Radical, de Penedo Gordo.
Texto e fotos Firmino Paixão
Conhecida por, no passado, ter organizado uma das mais participadas maratonas de BTT na região, a Geração Radical – Grupo de BTT da Casa do Povo de Penedo Gordo voltou ao ativo com uma segunda edição da Maratona Noturna. “Fazendo jus ao nosso nome, também aqui existe algo de diferente, de radical, digamos, porque as outras maratonas são diurnas e a nossa é noturna”, explicou o dirigente Ricardo Ruivo.
Pedalar à noite não será novidade por estas bandas, porque esta é a segunda edição, mas é, pelo menos, diferente do habitual, concordou. “Foi nisso que apostámos quando tivemos uma reunião com outros grupos da região e o Centro de Paralisia Cerebral de Beja (CPCB), de quem somos parceiros na Taça de Maratonas. Todas as restantes provas são de dia, mas como nós estamos habituados a andar à noite, pensámos fazer algo de diferente, apostámos nisso e esperamos manter este sucesso”.
Uma decisão que obrigará, naturalmente, ao reforço da segurança, pelo menos, capacete e luzes são obrigatórias. “A segurança está garantida”, adiantou Ricardo Ruivo. “Dispomos de primeiros socorros imediatos e temos socorristas da Cruz Vermelha no percurso, em condições de se deslocarem ao local de alguma eventualidade. Temos a perceção desse tipo de situação e o desenho e a marcação do percurso foi de modo a não o tornar muito sinuoso. O troço, teoricamente, mais complicada será nos 20 ou 30 quilómetros iniciais, que os concorrentes ainda fazem com a luz do dia”.
Uma centena de inscrições correspondeu à expectativa da organização, referiu Ricardo Ruivo. “Estávamos a contar com um pouco mais, mas nesta altura, de fim de um mês e princípio de outro, existem muitos eventos e isso torna-se um bocado complicado financeiramente. Depois estamos numa altura em que muita gente parte para férias e, por outro lado, alguns têm algum receio de vir pedalar à noite, que será mesmo noite, para os que se atrasarem um pouco, para os outros nem tanto, porque com um bom andamento, nem acenderão as luzes”.
Entre os objetivos do evento enumeram-se a manutenção da atividade e dos fins para que a associação foi fundada, em janeiro de 2003, por outro lado, mostrar a sua terra e trazer amigos com que possam conviver e partilhar experiências.
O dirigente local da associação lembrou: “Já fomos mais conhecidos, inclusive, a nível nacional, por fazermos uma das maratonas mais mediáticas da altura, com cerca de 1 200 participantes. Depois houve um distanciamento de alguns elementos em relação ao grupo, que esteve na eminência de acabar”. Mas não acabou. “Juntámos novo grupo de amigos e, com determinação e vontade, cá estamos mais uma vez a mostrar que queremos fazer algo de novo, condicente com o nosso historial”.
Além desta maratona, a Geração Radical tem colaborado com a União de Freguesias de Santiago Maior e São João Bastita e com o próprio município de Beja na organização de eventos informais e de puro lazer. A Maratona Noturna, esta sim, foi competitiva e foi a oitava prova da Taça de Maratonas do CPC Beja, explicou Ricardo Ruivo. “Aderimos a essa iniciativa, embora com alguma dificuldade, sabemos que há grupos mais fortes do que nós, até ao nível de apoios monetários porque, como lhe disse, são tantas provas sucessivas que, não existindo um fundo de maneio, dependemos em exclusivo das ajudas que nos proporcionarem”. Ainda assim, disse, “vamos valorizando a amizade e trabalhando para que as pessoas se divirtam, porque isto não tem qualquer fim lucrativo”. “O intuito é mesmo ajudar o CPC Beja e proporcionar a quem gosta de bicicletas um sábado diferente a conviver entre amigos, sem o compromisso de no dia seguinte ter que trabalhar. Temos a noite para disfrutar e o domingo para descansar e cá estaremos numa próxima”, concluiu.
Fonte: http://da.ambaal.pt
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