O Campeonato Nacional da 2.ª Divisão de Seniores Masculinos, em andebol, terá início já no próximo dia 15 e a Zona Azul fará a sua estreia em Beja, frente à formação do CDE Camões, de Lisboa.
Texto e foto Firmino Paixão
Uma primeira fase com 18 jogos, frente a um conjunto de equipas onde pontificam alguns emblemas históricos do andebol nacional. Uma agenda difícil, em que cada jogo será tão ou mais difícil do que o anterior, mas que os jogadores da Zona Azul terão que enfrentar com a habitual ambição e desejo de conquistar os pontos. É esse o compromisso revelado, com natural pragmatismo, pelo treinador Carlos Guerreiro.
Uma caminhada muito exigente nos próximos tempos?O que nos espera é, sem dúvida, uma época muito exigente. Tenho dito aos atletas, desde o primeiro dia, que o objetivo que temos para esta época é que, no próximo ano, quando começarmos uma nova temporada, o façamos novamente na segunda divisão. É esse o único objetivo que temos, seja fazendo uma primeira fase muito boa, que nos dê uma alcofa de pontos suficiente para encararmos a segunda fase com alguma tranquilidade, seja sentindo dificuldades na primeira fase ou na segunda. Colocando todos os cenários, aquilo que queremos, com maior ou menor dificuldade, é mantermos a equipa na segunda divisão nacional.
Projetar a Zona Azul para a 2.ª Divisão Nacional era um sonho antigo?Sem dúvida, principalmente este grupo de atletas que, apesar de algumas oscilações, vem junto há alguns anos e que desde há algum tempo a esta parte se sentiu capaz de competir a esse nível e que se viu algumas vezes muito próximo de o conseguir. No ano passado foi possível e eles conseguiram materializar o seu bom desempenho numa subida à segunda divisão nacional, agora o que queremos é consolidar este estatuto.
Não há promessas, existem apenas compromissos?O nosso único compromisso é o trabalho. Treinarmos mais e melhor. Temos também a colaboração do Mauro Montemor, que está a trabalhar connosco na componente física, acreditamos que esse é também um caminho, porque o andebol é o desporto em que a componente física é fundamental. Sendo um campeonato mais exigente, também do ponto de vista físico, do ponto de vista dos contactos, com todo esse nível de exigências, achámos que esse era um bom reforço. Não tínhamos outra possibilidade senão reforçar aquilo que já fazemos de bem e sempre que possível melhorarmos e acrescentarmos valor ao nosso trabalho.
Vivemos um tempo propício ao exercício do realismo? Não temos dúvidas disso e aquilo que queremos é que os atletas mantenham o entusiasmo com que responderam nesta fase inicial e que consigam transportar tudo isso ao longo da época. Não será fácil, do ponto de vista mental é outro desafio que temos, porque viemos de um período de sete ou oito épocas com esta equipa na terceira divisão, sempre a jogar para objetivos de subida e com uma rotina de vitória permanente. Costumo dizer que, em cada 10, ganhávamos sete ou oito jogos, e as coisas agora vão ser inevitavelmente diferentes. Seria bom que estivéssemos enganados, mas temos de ser muito realistas, vamos ter adversários muito competentes, com muita experiência, adversários de regiões que dispõem de outros recursos em termos de recrutamento de atletas. É contra tudo isso que temos de estar preparados.
Tem um plantel com muitas opções para fazer face a tantas exigências?Neste momento somos 18 mas o plantel, atendendo ao nosso nível, ao patamar em que competimos e à forma como trabalhamos, nunca estará fechado, nem pode estar. O grande problema para mantermos estes atletas é a questão de eles conseguirem ficar por Beja, em termos académicos e em termos profissionais; conseguirem fixar--se aqui e manterem a ligação ao andebol. Alguns dos atletas que damos como garantidos poderão ter uma situação inesperada que os levem a afastar-se e a deixarem de dar-nos o seu contributo. Acrescentámos um ou outro reforço, a nossa perspetiva é que seja suficiente e sobretudo competente para nos mantermos na segunda divisão.
O Carlos Guerreiro construiu os alicerces deste projeto de subida de divisão. O seu regresso foi, por isso, natural?Os atletas tornaram muito difícil que eu ponderasse a hipótese de dizer que não assumia a responsabilidade desta equipa. Obviamente que fiquei muito orgulhoso por aquilo que eles conseguiram, orgulhoso pela capacidade que todos revelaram e na ambição que mantiveram mas, sobretudo, pelo trabalho que o Hugo Estanque foi capaz de fazer, porque não é de todo fácil acumular as funções de jogador e treinador, e na parte que me toca quero dizer que se eu conseguir contribuir com o meu grão de areia para consolidar esses alicerces fico feliz. O que espero é dar continuidade a esse trabalho de construção de um lugar consistente na segunda divisão.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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