sábado, 7 de janeiro de 2017
Candidatos e ponto final
A Taça de Honra da 2.ª Divisão da AF Beja foi uma da últimas conquistas do Clube Recreativo e Desportivo de Cabeça Gorda, um troféu inédito no seu historial. Segue-se a vitória no campeonato, um objetivo frontalmente assumido pelo seu treinador, José Luís Prazeres.
Texto e fotos Firmino Paixão
“Um sonho tornado realidade”. É como o técnico do popular Ferróbico assume a sua chegada ao emblema que confessa ser o clube do seu coração. Para ganhar tudo o que existir, porque ambição e disponibilidade não faltam nos jogadores do plantel, a quem o treinador atribui a responsabilidade pelo sucesso.
O ano de 2016 foi bom para o Ferróbico, desde logo porque ganhou um treinador que tem muita paixão e carinho pelo clube?Penso que sim, para mim é um sonho tornado realidade, o Cabeça Gorda é o meu clube, toda a gente sabe isso, obviamente que não posso, de forma alguma, ignorar as outras duas oportunidades que tive na carreira, nomeadamente o Salvadense, a quem desejo toda a sorte do mundo, nunca me esquecerei que me abriram as portas. Tem lá gente muito boa. Também a passagem pelo Beja, embora curta, marcar-me-á para sempre. Talvez um dia regresse, aliás, já houve essa oportunidade, até mais cedo do que eu esperava. Mas este ingresso no meu Ferróbico é uma coisa que não tem explicação, é um marco tão importante que me faz andar nas nuvens.
O último ano também foi desportivamente importante para o clube, porque com o José Luís no banco venceu a Taça de Honra.Eu ainda não ganhei nada. Quem ganhou foram os meus jogadores. Eles é que são os campeões, eles é que me fazem ter cada vez mais vontade de puxar por eles, porque querem sempre mais, têm ambição e muito orgulho em defender aquelas cores. Isso é algo que nos sabe bem. Daqui a alguns anos, recordar-se-á que, na primeira conquista de uma Taça de Honra para as vitrinas do clube, o treinador era o José Luís, mas naturalmente que o mérito é todo dos meus jogadores.
Ganharam todos os jogos, o que foi um bom prenúncio para o campeonato distrital onde continuam vitoriosos?Foi bom mas, lá está, mérito deles. Eles é que treinam e são abnegados, têm uma incrível disponibilidade para o treino e uma união fantástica. Está a correr bem, sabendo que não somos imbatíveis. É bom estar na história de um clube com 10 vitórias consecutivas, sermos, salvo erro, a única equipa no País só com vitórias, mas também sabemos que um dia acontecerá um percalço, porque acontece a todas as equipas. Estamos preparados para isso, mas também estamos focados naquilo que queremos, que é ganhar já o próximo jogo.
Existem metas, seguramente a subida à 1.ª Divisão?Quem me conhece sabe que as minhas metas são sempre lutar por mais e melhor. Sabemos que na vida de treinador tudo muda de repente, muito rapidamente podemos descer do céu à terra, e sabemos como é ténue essa linha entre a terra e o céu, por isso, o objetivo é ganhar tudo. Sabemos que é muito difícil, as equipas vão reforçar-se e também pela história do Ferróbico dão sempre mais um bocadinho contra nós, mas estamos preparados.
O Ferróbico é um candidato. E os outros, quem são?O Ferróbico é candidato e ponto final. Pela história, pelo percurso que os jogadores estão a fazer, pela sua entrega, pela ambição que existe dentro do balneário e entre as pessoas que nos rodeiam. Nesta série, o Bairro da Conceição, entre linhas, já se assumiu, o São Marcos também, porque uma equipa que paga na 2.ª Divisão Distrital, tem que ser candidata. E o Amarelejense pode ter uma palavra a dizer, sem estar a menosprezar outros clubes. Penso que estes são os principais candidatos.
Mérito de um plantel maioritariamente jovem e com muita qualidade?É uma mistura interessante. Não gosto muito de falar em nomes, mas tenho aqui dois “jovens” de 37 anos que são um exemplo. O Francisco George e o Semedo, quem os vir treinar, poderão ver que são dois “meninos” autênticos. E isso contagia os outros, se calhar, também porque eu sou exigente, mas têm sido todos excecionais, desde o que tem menos minutos de jogo ao que tem mais, a entrega é total e isso deixa--me extremamente satisfeito.
É um clube com a mesma mística de outros tempos?Não posso dizer que está igual, mas posso dizer que há algo especial naquele clube. É um clube que tornaremos ainda mais forte e mais especial. Tentaremos que essa mística dos velhos tempos regresse ao clube.
Para o José Luís, este sucesso no Cabeça Gorda pode ser um trampolim para outros projetos?Quem conhece o José Luís sabe que ele é um louco e que ambiciona treinar grandes equipas pelo mundo, se possível claro, com o contra de ter medo de andar de avião, mas isso depois teria que se resolver. Mas não penso nisso, muito sinceramente, acho que, tirando três ou quatro clubes do distrito, não há assim tantos que tenham o nome e as condições que tem o Ferróbico.
Fonte: http://da.ambaal.pt/
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