Fernando Eugénio Pacheco Mamede nasceu em Beja no dia 11 de novembro de 1951 e o atletismo foi o seu mundo. O nosso conhecimento reporta-se à infância. Jogámos futebol nos juvenis do Despertar e fomos antigos alunos da Escola Industrial e Comercial de Beja sendo, também, ex-pupilos do professor de educação física Rony. Recordo a sua quão valiosa arte para o universo das corridas. Nós, garotos, víamos no Mamede um craque. Nas tardes de quartas-feiras e sábados cheguei a correr ao seu lado nas voltas interiores à nossa escola. Voltas onde só raríssimos companheiros de jornada o acompanhavam nas suas já longas passadas. O Vítor Santos, um dos predestinados para a componente do atletismo, lá lhe dava luta. Num campeonato distrital de corta-mato em Beja conquistou a primeira vitória num pecúlio imensurável. Perante o rol de triunfos ao serviço da Mocidade Portuguesa, ei-lo, com 18 anos, e pela mão do saudoso professor Moniz Pereira, a assinar contrato com o Sporting Clube de Portugal, emblema do seu coração. Falar sobre Fernando Mamede é enaltecer um recordista de distinta elite. A um recorde mundial, três europeus e 27 nacionais, uma afinidade que envolveu substancialmente o notável atleta, o seu pecúlio é inquestionável. Sintetizemos: um recorde mundial de 10 000 metros; três recordes europeus de 10 000 metros; dois recordes nacionais de 5 000 metros; dois recordes nacionais de 3 000 metros; um recorde nacional de duas milhas; dois recordes nacionais de 2 000 metros; seis recordes nacionais de 1 500 metros; um recorde nacional da milha; um recorde nacional dos 1.000 metros; cinco recordes nacionais de 800 metros; um recorde nacional de 500 metros; dois recordes nacionais nos 4x1 500 metros; dois recordes nacionais nos 4x800 metros e um recorde nacional de 4x400 metros. Importa, ainda, trazer à estampa o seu curriculum como júnior: dois recordes nacionais de 4x400 metros; dois recordes nacionais de 400 metros; um recorde nacional de 500 metros; quatro recordes nacionais de 800 metros; um recorde nacional de 1 000 metros e um recorde nacional de 1 500 metros. Observando a esplêndida veracidade, é caso para citar que estamos perante irreversíveis conquistas que fizeram dele um recordista de suprema primazia. O que lhe faltou foi uma medalha nos Jogos Olímpicos, um evento onde registou três presenças: Munique, 1972; Monte Real, 1976; e Los Angeles, 1984. Aqui, o recordista não impôs as suas autênticas competências quando o tema era medalhas. Corria e as pernas recusavam a habitual cadência. Ficou a mágoa. Não obstante essa contrariedade, a sua maravilhosa história desportiva ficará eternamente chancelada a letras de ouro. Bem-haja recordista porque a tua carreira foi simplesmente inigualável!
Fonte: http://da.ambaal.pt/
Sem comentários:
Enviar um comentário