sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Bola de trapos, edição de 1 de fevereiro de 2019 no Diário do Alentejo

José Saúde
O histórico Despertar
Num indelével franquear de janelas onde vislumbramos impregnadas de memórias, viajemos pelos primórdios do Despertar Sporting Clube, agremiação fundada a 20 de junho de 1920. A história do velhinho “Rasga” assenta em dados simplesmente divinais. O emblema teve como base uma fusão entre o Libertário e o Infantil, grupos populares cujas idades dos rapazes se situavam entre os 13 e os 15 anos. Biografias verídicas que nos remetem para os começos do século passado. Os meios existentes de então eram excessivamente fúteis. Os miúdos, já operários, reuniam-se à noite sob a luz ténue de um candeeiro público a petróleo na Av. Fialho de Almeida e ai discutiam a possibilidade de criarem um clube. Esmiuçando os haréns de outrora, rezam os canhenhos desportivos bejenses que por perto localizava-se uma estalagem de uma senhora chamada Bárbara Meneses. Caminhando nas sumptuosas asas do vento, ousemos usurpar os cintilantes raios de uma sublime bola de cristal e que nos indica que foi naquele chão de sonhos que se alvitrou o almejado futuro. O propósito da horda dos moços era arranjar uma sede e eis o objetivo alcançado quando um agricultor, de nome Manuel Agostinho Dias, lhes dispensou um espaço numa vacaria, localizada na rua Freire Amador Arraias, que serviu com eficácia os ideais dos adolescentes. Seguiu-se a discussão do nome a dar à coletividade. Senso comum era Despertar que simbolizava, quiçá, a partida para a descoberta de novos horizontes. No grupo militavam adeptos do Benfica e do Sporting e as posições extremaram-se. Por fim, venceu aquela que, à época, usufruía de um maior número de aderentes, ou seja, vingou a sigla Sporting. Numa linha de puro desenvolvimento, afirmamos que o Despertar sempre foi um clube eclético. Alias, os seus estatutos só não contemplam uma modalidade: o boxe. Fomentavam os seus autores que a sua prática era considerava violenta. O histórico do Despertar é inolvidável e a formação de atletas tornou-se viral no tempo. Conhecemos o grémio já lá vão cerca de 60 anos. Das suas hostes emergiram atletas de excelência. Craques que viajaram pelo futebol nacional e que ostentaram na lapela o seu nome como emblema de formação, cabendo-lhes a honra de espalharam o nome de Beja e da região pelos grandes palcos futebolísticos nacionais e internacionais. As estruturas foram sempre abordadas no espírito de revitalizar memórias, mas de acordo com o seu estado de graça. Hoje, constatamos que o Despertar é possuidor de infraestruturas sólidas. No edifício sede, uma construção feita de raiz, concentram-se valências exorbitantes. A bomba de gasolina é, também, uma propriedade de onde advêm ganhos financeiros. Todavia, para além dos bens físicos conhecidos, o futebol de formação continua firme no seu resplandecente crescimento.
Fonte: Facebook de Jose saude

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