A subida do Messejanense ao escalão principal do futebol distrital foi um objetivo que o clube confiou ao técnico Paulo Capela. O atual contexto não permite que seja já esta época, mas essa ambição permanece intacta.
Texto Firmino Paixão
Na última época desportiva, quando os campeonatos foram cancelados, o Grupo Desportivo Messejanense estava qualificado para disputar a 'poule' de subida de divisão. “Teria sido o nosso ano”, garante o técnico Paulo Capela, assegurando que “estávamos preparados para que fosse o ano de afirmação do Messejanense”. O objetivo permanece incólume, não esta época, com um plantel de recurso que se junta, apenas, para disputar os jogos, mas, logo que termine este contexto de pandemia, o projeto será retomado. Ocupam o 5º posto da Série B, a quatro pontos do líder.
Está pela terceira época consecutiva no Messejanense, as anteriores foram bem-sucedidas, seguramente que esta não fugirá à regra?
Esta época, as coisas estão um bocadinho mais difíceis. Não estamos a treinar e depois temos encontrado algumas contrariedades e falo, por exemplo, de certo tipo de arbitragens, com atitudes que não compreendemos. Os árbitros deviam estar aqui para ajudar e não para fazer parte dos resultados. Este ano não conseguiremos estar à altura do que fizemos na época passada, não treinamos, por causa da pandemia sentimos algumas dificuldades no recrutamento de jogadores e optámos por cumprir calendário. No próximo ano, sim, vamos preparar as coisas.
Com todo esse quadro de dificuldades que enumerou, que objetivos traçaram para esta época?
O nosso objetivo é fazer um campeonato dentro de um quadro que não passasse pela desistência, nem pela paragem, que motivaria o abandono de alguns jogadores do plantel. Tínhamos muitos jogadores da época passada que queríamos manter connosco e que vimos sair. Alguns foram para clubes de maior dimensão e isso também aconteceu pelo mérito deles, e do nosso trabalho, e ficámos felizes por isso. Tentámos encontrar outras soluções mas, derivado à crise por que temos estado a passar, não o conseguimos e então optámos por fazer uma época mais tranquila.
Não fazem nenhum treino durante a semana. Os jogadores reúnem-se apenas para jogar ao sábado?
Não fazemos nenhum treino e depois ainda temos jogadores acima dos 35 anos, como o Candeias, o Paulo Serrão, que jogaram muitos anos no Mineiro Aljustrelense. Estão muito ligados ao desporto e gostam muito de jogar, mas o nosso objetivo é mesmo participar.
Esses atletas mais veteranos, que passaram pelo Mineiro e por outros clubes, constituem um importante capital de experiência?
Foi precisamente para não ficarmos parados esta época que fomos buscar jogadores com essa experiência, para que o campeonato não se tornasse doloroso em termos de resultados... e de outras situações. Para o ano, se tudo correr bem, como nós estamos a pensar, poderemos ficar com sete ou oito jogadores que sejam realmente uma mais-valia para este plantel e tentaremos ir buscar outros tantos que façam a diferença, para conseguirmos igualar a qualidade do plantel do ano passado, para repormos o objetivo da última época, que era a subida de divisão.
João Candeias, Paulo Serrão, Rubenilson, Adilson, são as individualidades do seu plantel?
São jogadores determinantes. São atletas a quem passamos a mensagem daquilo que se pretende em cada jogo e que eles interpretam claramente. Como não treinamos, apenas planeamos cada jogo durante a semana, no dia do jogo deixamos essa mensagem e, nesse aspeto, naturalmente que esses jogadores são fundamentais, porque transportam para dentro do campo, com enorme competência, tudo aquilo que é pretendido.
Tem um plantel curto, provavelmente pelas dificuldades que já enumerou e com uma média de idades elevada. Isso favorece a estratégia?
É favorável, por um lado, mas desfavorável por outro, porque estes campeonatos revelam-se um bocadinho pela dureza física, campos pelados, equipas muito agressivas, e estes atletas, pela sua qualidade, não vão muito nesse tipo de choque, mas destacam-se mais pela experiência e isso é que conta. Movimentam-se dentro do campo como se tivessem outra vez 15 anos e isso é importante. Espero que continuem com essa vontade, com essa frescura, para que, no próximo ano, possamos fazer aquilo a que nos propomos, que é lutar pela subida de divisão.
O balanço da primeira volta do campeonato é positivo ou podiam ter ido um pouco mais além?
Penso que podíamos ter feito um pouco mais. Mais quatro pontos. Talvez os dois que nos faltaram no jogo com o Desportivo de Sete, em que fomos claramente superiores e podíamos ter ganhado. Nos três jogos que perdemos, pelo menos em dois o empate era o resultado mais justo, porque foram jogos em que talvez não merecêssemos ter vencido mas, na verdade, também não merecíamos ter perdido. Seriam mais quatro pontos e era por aí que seguiríamos.
Não será esta época, mas o Messejanense está focado em chegar à divisão principal?
Claro, este ano não, como tenho dito, mas talvez a médio prazo. Na época passada tínhamos essa estrutura preparada. Quando vim para Messejana foi com a missão de, em duas ou três épocas, colocar a equipa nesse patamar. Como referi, na época anterior, teria sido a nossa oportunidade mas, este ano, com uma "razia" de jogadores e as consequentes alterações no plantel, não era possível. Vamos ter refazer esse trabalho, portanto, este ano não somos favoritos. Não temos equipa para isso, porque nem conseguimos trabalhar durante a semana.
Tem esperança que este campeonato chegue ao fim?
Na realidade, estamos a viver numa época de muitas incertezas e essa é outras das dificuldades por que estamos a passar. A Associação de Futebol de Beja tem atravessado algumas dificuldades, os clubes também, fazemos um jogo e depois estamos duas ou três semanas sem jogar, mas tem sido igual para todos, não somos só nós. É muito complicado e muito difícil para as equipas manterem um ritmo competitivo. Vamos ver, esperemos que isto chegue ao fim.
Fonte: https://diariodoalentejo.pt
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