sábado, 3 de abril de 2021

“Vamos ver com quantos poderemos contar para o futuro”

 

Com uma atividade recente, mas já detentora de um palmarés com alguns títulos distritais, a equipa de atletismo da Casa do Povo de São Luís receia uma diminuição drástica do número de atletas, após uma tão prolongada ausência de competições, devido à crise pandémica da covid-19.

 

Texto Firmino Paixão

 

Fundada na época 2015/2016, com uma existência de meia dúzia de anos, a secção de atletismo da Casa do Povo de São Luís (Odemira), desde essa temporada até ao momento, teve um total de 65 atletas federados. Nesta altura, o coletivo competitivo fica à beira dos 20 federados, uma perda significativa que se pode acentuar após quase um ano de inatividade.

 

Luís Candeias, dirigente responsável pela secção e técnico da equipa, está expectante quanto ao número de atletas que regressarão ao clube, quando a atividade desportiva for retomada. Não obstante o seu ainda curto percurso na modalidade, a Casa do Povo de São Luís já formou vários campeões distritais, já levou atletas à seleção regional e já recebeu a Gala dos Campeões da época 2018/2019, organizada pela Associação de Atletismo de Beja, momento testemunhado pelo presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Jorge Vieira. Também já mereceu o Prémio de Mérito, atribuído pelo município de Odemira.

 

O regresso das competições está num horizonte próximo. Um momento aguardado com alguma ansiedade?

Claro, esse é um momento que temos aguardado com alguma ansiedade e com alguma expectativa. Porém, tenho sentido alguma desmotivação por parte de alguns atletas.

 

Os atletas têm cuidado da sua forma física?

Sim, individualmente os nossos atletas podiam treinar, mas precisamente por se tratar de uma modalidade individual, leva a que desistam de o fazer, uma vez que, não existindo competições, não sentem motivação para treinar.

 

Como é que a vossa comunidade desportiva tem ultrapassado esta fase?

Sabe, uma inatividade tão prolongada faz com que os atletas se desmotivem e, se calhar, abandonem a modalidade. A inexistência de campeonatos ou de outras provas provoca a ausência da adrenalina que, normalmente, está associada à competição e às metas que cada um traça individualmente. É isso, afinal, que faz com que os atletas treinem com mais afinco e maior dedicação.

 

Têm registado alguns abandonos?

Só quando chegar o momento de regressarmos aos treinos e mobilizarmos os atletas, aí sim, é que poderemos fazer essa avaliação. Vamos ver com quantos poderemos contar para o futuro.

 

O clube não manteve nenhum tipo de contacto com os atletas, no sentido de os manter interessados na modalidade? 

Os atletas desmotivaram-se por completo, primeiro porque as notícias sobra a pandemia e os seus efeitos eram um pouco assustadoras. Os casos positivos aumentavam de dia para dia a um ritmo crescente. Depois porque os pais, naturalmente, também sentiam receio em permitir que os filhos viessem treinar.

 

E agora, como esperam motivar os atletas, após um tão longo período de inatividade?

Vamos reunir e falar com todos eles, veremos os níveis de motivação de cada um e qual a disponibilidade para se manterem na modalidade, porque o período de inatividade foi realmente muito longo.

 

Como se caracteriza a vossa equipa quanto à estrutura etária e à especialização dos atletas?

A equipa é formada desde o escalão de benjamins até ao escalão de veteranos. O setor onde se concentram mais atletas é entre os juvenis e os seniores. Temos alguns atletas fundistas, mas temos também alguns atletas com capacidade para as várias disciplinas, sejam elas técnicas ou não.

 

O recrutamento não deve ser fácil…

Desde o início de atividade da nossa equipa que nunca sentimos problemas com o recrutamento de atletas. A equipa de atletismo da Casa do Povo de São Luís conta com atletas de algumas freguesias do concelho de Odemira e também com atletas oriundos de alguns concelhos vizinhos.

 

O clube tem sentido o apoio das entidades institucionais?

Temos recebido algum apoio, naturalmente pouco para aquilo que é a necessidade de um clube como o nosso. As despesas são sempre maiores do que as receitas. Acho que isso é comum a quase todos, senão à totalidade dos clubes amadores.

 

Com que objetivos vão encarar o que resta da época desportiva?

Devo admitir, com toda a honestidade, que os objetivos são modestos. Nesta altura do ano, se regressarmos à atividade, será muito difícil encararmos o que ainda resta da época desportiva com alguma esperança em bons resultados.

 

A Associação de Atletismo de Beja tem um novo rosto na presidência, o que espera do seu mandato?

Espero que continue a levar esta Associação para a frente, que continue a incentivar os clubes, que nos ajude a motivar os atletas pois, como diz o ditado, “parar é morrer” e o desporto é um convívio saudável entre jovens e menos jovens.

Fonte:  https://diariodoalentejo.pt/

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