O Sport Lisboa e Benfica, no primeiro dia, e os Amigos da Pesca Barros & Trabuco, do antigo campeão mundial Mário Barros, no segundo, venceram as duas provas iniciais do Campeonato Nacional de Clubes de Pesca Desportiva, em ‘feeder’, que decorreram na barragem de Odivelas, com organização da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva.
Texto Firmino Paixão
Catorze clubes, num total de 70 pescadores, procuraram, ao longo de dois dias, capturar o maior número de espécies, para fazerem pontuar e brilhar as suas equipas, nesta primeira e segunda prova do Campeonato Nacional de Clubes que começou a decidir-se na barragem de Odivelas e concluir-se-á, no início de outubro, nos lagos da Quinta da Boavista, em Ílhavo. No ano passado, devido à pandemia de covid-19, realizou-se apenas um torneio interassociações. Em 2019 o campeão foi o Folhadosa; em 2018 foi a Barros & Trabuco. E este ano? Realizadas duas provas, o Benfica destacou-se e é o grande favorito, mas na luta estão ainda outras formações, ainda que algo distantes da pontuação dos encarnados.
Mas, quem partiu do Alentejo na frente é, realmente, a equipa do Benfica. E, afinal, o que é a pesca com ‘feeder’? Quem o explica é o pescador Rui Ferreira, atleta do Folhadosa que, em maio último, conquistou, nesta mesma barragem, o título nacional nesta especialidade: “Muita gente pensa que o ‘feeder’ é pesca ao fundo, e não deixa de ser, mas tem a sua técnica, é diferente da boia. Pesca-se com canas de carreto, o ‘feeder’ é o recipiente onde se leva a comida para o peixe… depois, é esperar um pouco, porque é uma pesca um bocadinho de paciência”.
Ou seja, basicamente, na extremidade da linha vai um alimentador com engodo e um anzol iscado e, depois, é esperar que o peixe vá ao engano. Mas o campeão nacional disse ainda que esta modalidade de pesca “prima pela sua precisão”. E explica: “Temos que lançar longe, cerca de 60 metros, e isso requer que os lançamentos sejam o mais corretos possível o que, com muito vento, não é fácil”.
Ora bem, mas foi essa a principal dificuldade dos pescadores no primeiro dia de provas. Um vento muito intenso. Nada que altere o rumo do ‘team’ Folhadosa: “Viemos para o Alentejo esperançados em construir aqui o caminho para o título nacional, embora tenhamos ficado um pouco aquém do Benfica, mas ainda temos duas provas para lutar pelo nosso objetivo”.
Naturalmente com o campeão nacional a puxar pela equipa. Mas Rui Ferreira considera que um título “é apenas um título” e o seu “não foi diferente”. Segundo diz, “agora temos todos que lutar pelo coletivo, embora sinta esse peso, essa responsabilidade, de ter sido campeão nacional e exatamente neste local”. Quanto ao plano de água, o pescador, de Seia, que chegou ao ‘feeder’ há cinco anos, considera que “está bem povoado. No primeiro dia é que as carpas não colaboraram; no segundo, toda a gente fez boas capturas e, no campeonato individual que aqui decorreu em maio, fizemos grandes pescarias”.
Contudo, a primeira prova não foi má para todos. “Ontem correu-me bem a mim e à equipa, eu fiquei em primeiro e a equipa também ficou a liderar, embora não muito longe do segundo e, na segunda prova, alcancei um sétimo lugar”, disse José Evangelista, atleta do Benfica, campeão do mundo de ‘feeder’ e bicampeão do mundo de pesca às carpas, acrescentando que a segunda prova “foi para defendermos a liderança da equipa”. Segundo adianta: “Embora estejam a faltar as duas provas que iremos realizar no norte do País, estamos confiantes na conquista do título nacional nesta especialidade”.
O ribatejano José Evangelista, que chegou ao Benfica no final de 2020, confessa: “O Benfica é um grande clube, temos uma boa equipa e a minha intenção é fazer o melhor possível, mas claro que tenho sempre uma responsabilidade acrescida, devido ao meu palmarés”. Lamentando a pouca evolução da pesca desportiva, o antigo presidente federativo comentou: “Não tem evoluído e por vários motivos… entre eles, o principal tem sido a pandemia, que levou à paragem dos campeonatos. Algumas pessoas abandonaram a modalidade, até porque o desemprego cresceu e, infelizmente, aconteceu uma reversão bastante acentuada na modalidade”.
Entre estes dois consagrados – um campeão mundial e outro nacional – pescou Márcio Guerra, um atleta duplamente da casa – é natural de Odivelas e pesca pelo Clube de Amadores de Pesca (CAP) do Baixo Alentejo, de Alvito; nada que lhe desse vantagem. “O fator casa não é determinante. Por vezes, vimos com essa confiança e as coisas não acontecem, mas correu bem, divertimo-nos, apanhámos uns peixes, porque um campeonato nacional, aqui tão perto de casa, não acontece todos os dias”.
Sobre as metas do seu clube, revela: “O nosso objetivo é lutar pelo bom nome do CAP do Baixo Alentejo, lutando para que consigamos a melhor classificação possível, pois somos uma equipa novata nestas andanças” da pesca desportiva com ‘feeder’, concluiu.
Classificação (após duas provas): 1.º Sport Lisboa e Benfica, 42 pontos; 2.º GAP Barros & Trabuco, 57; 3.º Amadores Pesca do Marco, 58. 4.º CPC Amorim & Dias, 59.ERC 5.º Folhadosa Fishing Team (Seia), 62. 6.º Clube Pesca da Golegã, 72. 7.º Clube Recreativo Calhabé, 72. 8.º Pica e Puxa APD Foros Salvaterra, 74. 9.º ARC Bem-Fazer Vai Avante, 82. 10.º Casa Povo Creixomil, 90. 11.º CAP Baixo Alentejo, 90. 12.º AP Tílias Landinense, 94. 13.º Académica de Coimbra, 95. 14.º Futebiada, 103.
Fonte: https://diariodoalentejo.pt/
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